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SP tem recorde de internação por coronavírus, e UTIs se aproximam de lotação máxima
SAÚDE
Publicado em 16/04/2020

Eliane Gonçalves (Rádio Agência Nacional)

São Paulo registra recorde de internação por coronavírus nessa quarta-feira, e hospitais estão perto de lotação máxima. Governo diz que o pico acontece em maio.


O número de pacientes internados por coronavírus no estado de São Paulo passou de 5,8 mil. A maioria, 3,6 mil, é de casos suspeitos, pessoas que aguardam o resultado do teste.


Do total, 2,5 mil pessoas estão em UTIs. São pacientes ainda com suspeita e também os que já confirmaram infecção por Covid-19.


Em alguns hospitais de referência, a ocupação dos leitos de UTI passa de 80%. É o caso do Hospital das Clínicas, o maior da América Latina, que nessa quarta-feira tinha 73% dos leitos de enfermaria e 83% dos leitos de UTI ocupados.


No meio da coletiva de imprensa, o coordenador do Centro de Contingência para o Coronavírus, David Uip, precisou atualizar a informação sobre outro hospital de referência, o Emílio Ribas.


“O diretor do Emílio Ribas, dr. Luís Carlos, acaba de informar que há 100% de ocupação dos leitos de UTI. São 30 leitos, todos ocupados”.


O tratamento demorado dos casos mais graves é outra preocupação. Segundo David Uip, um paciente com Covid-19 que precisa de UTI fica, em média, 15 dias internado. Isso se a pessoa evoluir para a cura. Se o caso é mais complicado, a média ultrapassa os 20 dias. Muito acima do tempo médio de internação em UTI.


Uip voltou a defender o isolamento social como forma de desafogar a estrutura de saúde, e lembrou que ainda não chegamos ao pico da epidemia.


“É importantíssimo, eu insisto muito no isolamento, no distanciamento social, para que consigamos achatar a curva e distribuir os casos nos próximos meses. Quando mais diluída essa curva for, melhor para o sistema de saúde. Mas nós vamos ter o pico. Nós vamos estar diante ou de uma montanha ou do pico do Everest. Isso nós vamos ver no decorrer do dia-a-dia”.


Segundo o secretário de Saúde do estado, José Henrique German, esse pico deve acontecer em maio.


“Essa expectativa é de acordo com o pico da própria doença, que pode estar chegando a partir de maio. Nessa ocasião vamos ter o sistema estressado ao máximo”.


Na região metropolitana, os leitos também começam a ficar mais raros. Nas cidades do grande ABC, o índice de ocupação de leitos – tanto nas enfermarias como nas UTIs – supera os 70%.


Já o índice de isolamento social continua estabilizado em 50% desde segunda-feira. Segundo o centro de contingência, o ideal seria que esse índice ficasse acima de 70%.


Até o começo da tarde, o estado de São Paulo tinha confirmados mais de 11 mil casos de coronavírus e 778 óbitos pela doença.

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