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Leite materno é alimento ‘de padrão ouro’ para recuperação de bebês internados em UTIs neonatais, reforça especialista
SAÚDE
Publicado em 31/05/2019

Nos quatro primeiros meses de 2019, 64 mil recém-nascidos prematuros ou com baixo peso receberam doações de 54 mil mães doadoras.

 

Matheus de Souza chegou ao mundo bem antes do previsto. No sexto mês de gestação, a brasiliense Terezinha Maria de Rezende, que na época estava com 28 anos, teve a surpresa de ver o filho nascer prematuro, pesando um quilo. 

A gerente de vendas conta que, mesmo com o desespero de ver o bebê passando por transfusões de sangue e infecções, sentiu paz quando a equipe do Banco de Leite Humano do Hospital Regional de Taguatinga apresentou possibilidades de ele ser alimentado com leite materno doado até conseguir mamar no peito dela. 

“Só quem conhece de perto e acompanha o trabalho do Banco de Leite Humano sabe o quanto é importante e o quanto significa para as crianças que estão ali tão indefesas. No primeiro momento que eu consegui entrar na UTI neonatal para ver o Matheus, foi um desespero muito grande para mim, de vê-lo ali tão pequeno e saber que as poucas gotas de leite humano que ele podia tomar faziam diferença.”

Hoje, Matheus Rezende está com 18 anos. Cresceu com muita saúde e agora quer retribuir o que recebeu quando estava internado. Ele está estudando nutrição e quer se especializar na área infantil para ajudar outras crianças. 

“Foram muitas pessoas que falaram que eu não ia ter vida, então é gratificante para mim estar como estou hoje. Fico muito feliz.”

O leite materno é essencial e é recomendado que seja dado para crianças de até dois anos, sendo de forma exclusiva nos primeiros seis meses. Até os seis meses, ele contém todos os componentes necessários para que o bebê cresça e tenha um bom desenvolvimento. Após essa idade, deve ser complementado com alimentos saudáveis.

A pediatra e coordenadora das políticas de aleitamento materno do Distrito Federal, Miriam Santos, defende que todos tenham a oportunidade de receber leite humano. 

“Para os bebês que estão internados nos hospitais, é de extrema importância que a gente possa oferecer para eles esse alimento de padrão ouro para que eles se recuperem.”

Já a consultora técnica da Coordenação-Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Renara Guedes, reforça e explica quais são os benefícios para os bebês que recebem o leite materno doado nas unidades neonatais. 

“Esses bebês prematuros se recuperam mais rápido, têm o desenvolvimento da flora intestinal diferenciado, quando são alimentados pelo leite materno. Têm menor chance de ter infecção na unidade neonatal. São bebês que realmente são beneficiados e vão sair mais rapidamente dessa internação.”

Nos quatro primeiros meses de 2019, 64 mil recém-nascidos prematuros ou com baixo peso receberam doações de 54 mil mães doadoras. 

O Ministério da Saúde, em parceria com a rede BLH, lançou a Campanha Nacional de Doação de Leite Materno. Com o slogan “Doe leite materno, alimente a vida”, a campanha de doação visa sensibilizar as gestantes e as mulheres que amamentam a fazerem doações durante todo o ano. A meta do governo é aumentar em 15% o volume de leite materno coletado em todo o país.

 

Por isso, se você está amamentando e produz mais do que o seu bebê precisa, entre em contato com o Banco de Leite Humano mais próximo. Doe leite materno, alimente a vida. Saiba mais em saude.gov.br/doacaodeleite.

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