Voluntárias doaram cabelos para a confecção de perucas destinadas a mulheres que enfrentam os efeitos causados pelo câncer
Por Renata Paes
Ao olhar suas redes sociais, Camilla Cristina Moreno Camargos, de 24 anos, viu o sorriso, alegria e emoção de uma criança com câncer ao receber uma peruca. Aquele vídeo tocou o coração da mineira, que já pensava em doar os cabelos, porém relutava devido ao apego.
No domingo, 18, durante uma ação social promovida pelo Ministério da Mulher da Igreja Adventista em Belo Horizonte, e a ONG Fio de Luz, Camilla aproveitou para cortar e doar os cabelos com a esperança de multiplicar sorrisos e felicidade em mulheres que enfrentam o câncer.
Além dela, outras mulheres apareceram. Claudia Claudino Correia chorou de emoção enquanto a cabeleireira Ivis Silva realizava o corte. Para a profissional, que trabalha há 11 anos como cabeleireira, atitudes como essa são sempre especiais.
“É minha paixão fazer isso. É muito emocionante poder participar de um ato de amor que se estende para o outro. É doação! Aqui a questão não é o cabelo em si, mas o desapego a ele, para que algo extraordinário aconteça, que é ajudar outra pessoa”, ressalta Ivis.
Beatriz Reis, de 38 anos, caminhava pela Lagoa da Pampulha, próximo ao Marco Zero, quando viu o projeto e decidiu parar e doar. Ela já havia cortado os cabelos, que estavam guardados no carro.
urante a ação também teve a entrega de perucas para pacientes oncológicas. Bastava apresentar o laudo médico que a peruca era entregue. Claudilene Moura foi uma das beneficiadas. “Estou me sentindo uma rainha. Cabelo novo, maquiagem. Estou muito feliz e poderosa. Muito obrigada”, disse ela.
Confira a reação de Claudilene no vídeo abaixo:
A voluntária da ONG Fio de Luz, Shirley Cristina, já viu muitas mulheres receberem perucas. Ela conta que esse momento é de total mudança na vida da paciente oncológica. “Dá para perceber o quanto que a mulher fica diferente. Muda totalmente a fisionomia, o brilho no olhar. Além disso, na ONG nós também damos apoio, palavras de conforto, abraços e tudo isso ajuda muito”, enfatiza.
A entidade já dou mais de 3.500 perucas, está presente em 30 centros oncológicos localizados nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Distrito Federal e Atlanta (EUA). Em Belo Horizonte, a instituição sem fins lucrativos possui uma fábrica para confecção de perucas com capacidade para produzir 400 delas por mês.
Qualquer pessoa pode ajudar nessa causa que busca resgatar a autoestima e confiança das mulheres. Para isso, basta apenas dois requisitos: a mecha de cabelo doada precisa ter, no mínimo, 20 centímetros; e a vontade de ajudar outra mulher. Cabelos pintados ou naturais também podem ser doados.
Edmilson Marques, membro do templo adventista do Céu Azul é o idealizador e fundador da Fio de Luz. O projeto nasceu quando, após abrir uma loja de perucas, recebeu a visita de uma jovem que havia perdido os cabelos devido à quimioterapia. A garota não tinha dinheiro para comprar uma peruca. Ele se sentiu tocado e decidiu doar à jovem.
“Ela me ligava para dizer que depois que ganhou a peruca, a vida dela tinha mudado. Ela dizia ainda que nem parecia estar doente”, Edimilson conta emocionado.
Durante a ação, houve ainda a exposição de fotos de mulheres que receberam as perucas e como ficaram antes e depois. Também foram oferecidos serviços de aferição de glicemia e glicose, orientações sobre o exame do toque da mama e entrega de cartilhas e materiais de saúde.
Quatro irmãs se uniram para cuidar da saúde. Maria Jose Chaves, de 61 anos, Ruth Almeida, 49, Miriã Almeida, 42, e Rosália Almeida, de 39 anos, se inscreveram na Corrida SuperAção, promovida em toda a região sudeste do país. Cerca de 1.700 mulheres participaram, sendo 700 só em Minas.
Por se tratar de uma corrida virtual, devido à pandemia, as inscritas puderam correr na rua, em casa, na esteira ou em qualquer lugar que possibilitasse a atividade física, mas sem aglomerações.
As quatro irmãs decidiram ir até a Lagoa da Pampulha realizar o percurso. Outras se uniram a elas, enquanto as demais correram em casa, na esteira ou em áreas externas. Veja abaixo algumas das participantes dando a largada.