Pesquisa brasileira vai coletar amostras de esgoto para monitorar coronavírus
27/04/2020 13:11 em SAÚDE

Beatriz Albuquerque (Agência do Ràdio Nacional)

 

Com a evolução da pandemia do novo coronavírus, há também o avanço de muitas pesquisas sobre a doença, sua transmissão e contágio. É o caso de um estudo realizado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em parceria com a ANA (Agência Nacional de Águas) e a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas).

 

De acordo com pesquisas analisadas por técnicos dessas instituições, é possível encontrar o vírus no esgoto das regiões onde há pessoas contaminadas. Essa descoberta deu início a um trabalho aqui no Brasil, em Belo Horizonte e Contagem, onde amostras da rede de esgoto serão coletadas para análise, o que pode auxiliar no monitoramento da doença. É o que explica uma das pesquisadoras do projeto, Juliana Calábria.

 

"Com essa pesquisa, a gente pretende inferir o número de pessoas contaminadas nessas diferentes regiões. Essa é uma forma indireta de estimar o número de pessoas infectadas, já que não existe testes clínicos, pelo menos neste momento, disponível para todo mundo". 

 

Todas as semanas, vão ser coletadas 24 amostras em 24 locais diferentes das regiões estudadas. Esse trabalho de coleta vai durar até o final do ano.  Em 10 dias, os primeiros resultados dos índices de contaminação por região já estarão prontos e serão apresentados às secretarias de saúde do estado de Minas Gerais e do município de Contagem.

 

Para a pesquisadora, Juliana Cabrália, com o cruzamento dos dados dos órgãos oficiais de saúde e da pesquisa, vai ser possível estabelecer políticas mais assertivas de enfrentamento à doença. 

 

"Os dados vão ser disponibilizados em mapas georeferenciados. Isso vai indicar os locais que podem ter maior e menor número de infectados. Assim, a secretaria de saúde vai poder tomar medidas cabíveis para abrandar ou intensificar as medidas de controle e prevenção da transmissão do vírus nos lugares em que a carga viral está alta". 

 

Esse estudo conta com cerca de 14 colaboradores, entre pesquisadores, funcionários da ANA e da Copasa. A ideia é disponibilizar, assim que estiverem prontos, os protocolos da pesquisa para serem utilizados em outros estados do país.

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