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Seis em cada dez pessoas no mundo não têm acesso a saneamento básico, alerta Unesco
Vida Urbana
Publicado em 24/03/2019

Renata Martins

Chuva, sol. Aridez, umidade. Não são apenas as questões climáticas ou geográficas que determinam o acesso das pessoas à água.

 

A pobreza, a desigualdade de gênero ou raça também são determinantes para identificar quem goza, ou não, do direito humano à água.

 

É o que aponta o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2019, que traz como título: ''Não deixar ninguém para trás''.

 

De acordo com o relatório, três entre cada dez pessoas no mundo não têm acesso à água potável segura.

 

Quase a metade dessa população que consome água de fontes desprotegidas, vivem na África Subsaariana.

 

O documento também indica que, no mundo, seis entre cada dez pessoas não têm acesso a serviços de saneamento básico, e uma em cada nove defecam a céu aberto.

 

Para o Oficial de Meio Ambiente da Unesco no Brasil, Massimiliano Lombardo, os números são estarrecedores.

 

Para o Oficial de Meio Ambiente da Unesco, o Brasil tem avançado nos últimos anos tanto no abastecimento de água como no tratamento do esgoto. Mas Lombardo alerta que o brasileiro precisa perceber que a água é um recurso finito e que em algum momento pode faltar.

 

Levantamento do Instituto Trata Brasil aponta que 83% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada. E 52% da população têm acesso à coleta de esgoto.

 

Rodrigo Tupari, mora na Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta, Rondônia. Poços abastecem as comunidades da aérea. Ele relata que, há cerca de 3 anos, a Secretaria de Saúde indígena passou a fazer análises mensais para avaliar a qualidade da água e que medida teve impacto na saúde das pessoas.

 

Mas se a água do poço é de qualidade, a poluição da água do Rio Branco preocupa os indígenas da região, afirma Rodrigo.

 

Massimiliano Lombardo afirma que as soluções para o problema passam por políticas públicas e financiamento de obras de saneamento direcionadas para os mais vulneráveis.

 

A Unesco afirma no relatório que, se a exclusão e a desigualdade não forem tratadas de forma explícita e responsiva, as intervenções relacionadas à água continuarão a não alcançar os mais necessitados. E que melhorar o acesso aos recursos hídricos são ações essenciais para erradicar a pobreza, construir sociedades pacíficas e prósperas, e garantir que “ninguém seja deixado para trás” no caminho rumo ao desenvolvimento sustentável.

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