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Fundador do primeiro Campori no Brasil retorna ao RS após 50 anos
Pastor Jason McCracken participa do Campori Gaúcho “Herdeiros”, com mais de 7 mil desbravadores, na cidade de Gravataí RS
Por Administrador
Publicado em 05/12/2025 21:05
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Pastor Jason McCracken, de bonia na cabeça, e outros líderes de desbravadores (Foto: Divulgação)

Parque de Eventos de Gravataí se transformou em uma verdadeira cidade de barracas, vozes, cânticos e passos apressados. Durante quatro dias, entre 20 e 24 de novembro, mais de 7 mil desbravadores viveram uma experiência marcada por aventura, espiritualidade, amizade e propósito. O Campori Gaúcho Herdeiros celebrou os 50 anos do primeiro evento do tipo realizado no Brasil, em 1975, em Santo Antônio da Patrulha (RS).

Cinco décadas depois, a chama acesa em solo gaúcho segue viva, e quem ajudou a iniciá-la pôde ver de perto os frutos dessa história. Presente no primeiro Campori e também nesta edição histórica, o pastor Jason McCracken, um dos idealizadores do encontro de 1975, se emocionou ao observar a dimensão que o movimento alcançou.
“Lá nós iniciamos o fogo para os desbravadores e hoje eu estou sabendo que a América do Sul é a maior Divisão (região administrativa) do mundo, porque vocês têm mais clubes em cada igreja do que em qualquer outro lugar. Depois de 50 anos, isso aqui é uma grande sensação”, afirma.

Fé que atravessa gerações

Adolescentes das regiões Norte, Centro e Sul do Rio Grande do Sul se reuniram para celebrar esse legado e viver novas experiências de fé e aventura. Para quem ajudou a organizar o evento, a sensação foi a de ver um sonho antigo se materializar diante dos olhos.

O Campori, segundo o pastor Marlon Bruno, líder de Desbravadores no Centro do Rio Grande do Sul (ACRS), traduz a própria essência do movimento no Brasil. “É a realização de um sonho. Afinal de contas, essas três regiões representam a essência do que é ser desbravador em todo o Brasil. Esse momento tão emocionante surgiu aqui, e essa emoção flui de geração em geração”, destaca.

Ao longo do dia, os clubes participaram de provas e desafios que exigiram preparo físico, intelectual e espírito de equipe. Houve concursos de oratória, fanfarras, marcha, culinária e leitura, além de atividades práticas ao ar livre, como travessias com cordas e percursos na lama.

Entre uma prova e outra, novas amizades surgiam. A desbravadora Anna Laca resumiu bem esse sentimento ao relatar a experiência de estar em meio a milhares de jovens. “São 7 mil pessoas que você não conhece e, ao decorrer do tempo, vai conhecendo. O que eu aprendi foi o companheirismo, a gente sempre andar junto e unido”, conta.

Estrutura, cuidado e gratidão a Deus

Receber um público desse porte exigiu planejamento minucioso, organização e muito trabalho. O parque foi preparado com cerca de 500 mil litros de água, mais de 200 banheiros e chuveiros, posto médico com plantão, ambulâncias e uma ampla equipe de segurança.

Douglas Pino, pastor e líder de Desbravadores no Norte do estado (ANRS), destacou que viabilizar toda essa estrutura foi uma grande responsabilidade. “Encontrar um espaço que pudesse receber 7 mil pessoas foi uma grande responsabilidade. Graças a Deus encontramos esse lugar, montamos toda a estrutura e conseguimos receber todos os clubes. Estamos muito felizes e gratos por tudo o que Ele nos proporcionou”, relembra.

Mais do que números e logística, o Campori se revelou um espaço de formação de caráter. Disciplina, respeito, amizade, fé e serviço ao próximo estiveram presentes em cada detalhe da programação.

Para os líderes, o principal objetivo foi ensinar que a missão de anunciar o evangelho também pertence às novas gerações. Dalmo Dion, pastor e líder de Desbravadores no Sul do RS (ASRS), fez esse apelo de forma direta aos adolescentes. “A gente quer ensinar pra eles que agora são responsáveis por continuar a pregação do evangelho até a volta de Jesus. Nosso objetivo é salvar do pecado e guiar no serviço. Eles são herdeiros desse legado”, declara.

A visão institucional também foi reforçada pelo pastor Marlinton Lopes, então presidente da Igreja Adventista para o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina (USB). “O Clube Desbravadores é essencial para a manutenção dessas crianças como parte da igreja. Por essa razão, eles estão aqui com o conceito de herdeiros: receberam uma herança dos seus pais e agora devem transmiti-la aos amigos e à nova geração”, reflete.

Essa mensagem ecoou nos cultos, nas investiduras de novos líderes, nas apresentações musicais, nas encenações bíblicas e nos mais de 60 batismos que marcaram espiritualmente esta edição do Campori.

Segundo Aryel Marques, pastor e líder de Desbravadores da região Sul do Brasil, a maior herança que pode ser deixada não é material. “Alguns deixam recursos para seus filhos, mas nós temos outro sonho: que eles sejam herdeiros de uma mensagem, de que Cristo em breve voltará. Essa é a maior das heranças”, enfatiza.

Serviço além do clube

O tema Herdeiros também se expressou por meio da solidariedade. Ao todo, 208 Clubes de Desbravadores doaram cestas básicas e kits de higiene, destinados à comunidade local e a instituições, reforçando que servir faz parte da identidade do movimento.

Para muitas famílias, o Campori também foi um tempo de fortes emoções. Josué Reis, pai de uma desbravadora, acompanhou de perto a filha viver essa experiência. “Você vê teu filho participando de um evento dessa magnitude", se emociona, "eu fico feliz de ver minha filha aqui realizando um sonho. Não é só dela, é da nossa família”, comemorou.

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