Gésio Passos (Rádio Agência Nacional)
Um mês após o anúncio da primeira morte pelo coronavírus, e após contabilizar 1.924 mortes pela doença, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a demissão do médico e ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde.
O substituto é o médico oncologista Nelson Teich.
O agora ex-ministro se emocionou durante declaração dada no auditório do Ministério da Saúde à imprensa. Mandetta afirmou que o país não está preparado para abandonar o isolamento e o desafio do coronavírus.
“Não estamos livres de um pico de ascensão desta doença. O sistema de saúde ainda não está preparado para uma marcha acelerada. Sigam as orientações das pessoas mais próximas que estão em contato com o sistema de saúde, que são os prefeitos, governadores e o próprio Ministério da Saúde. O momento ainda é de todos darmos as mãos, e vamos juntos, porque vai ser bem dura a tomada de decisão que a gente vai ter que fazer nos próximos meses. Agradeço muito ao presidente, a conversa que tive com ele hoje foi extremamente amistosa, embora a maneira como eu posso entregar agora, realmente é melhor que ele organize uma equipe que possa construir um outro olhar e que isso possa ser feito com base, também, na ciência”.
Luiz Henrique Mandetta agradeceu aos servidores do Ministério da Saúde pela colaboração e desejou êxito ao sucessor. E ainda parabenizou o papel da imprensa ao longo da pandemia.
O ex-ministro disse que vai começar uma militância internacional com a defesa de coberturas universais de saúde, sem deixar ninguém para trás.
As diferenças entre Bolsonaro e Mandetta tornaram-se públicas durante a pandemia. As principais divergência entre os dois estão relacionadas às orientações pelo isolamento social vindo do ex-ministro e a posição do presidente, favorável ao uso do medicamento cloroquina no tratamento da doença.