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Morre de infarto no Rio, aos 94 anos, o escritor Rubem Fonseca
Educação
Publicado em 16/04/2020

Cynthia Cruz (Rádio Ag;ência Nacional)

Morreu, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (15), o escritor Rubem Fonseca. Ele sofreu um infarto no apartamento onde morava, no Leblon, zona sul da capital fluminense. Ele chegou a ser levado para o Hospital Samaritano, em Botafogo, também na zona sul, e apesar da tentativa dos médicos em reanimá-lo, não resistiu.

 

Contista, romancista, ensaísta e roteirista brasileiro, Rubem Fonseca, que faria 95 anos no dia 11 de maio, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais. Filho de portugueses, concluiu o curso de ciências jurídicas e sociais pela Faculdade Nacional de Direito, da antiga Universidade do Brasil, hoje UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

Chegou a trabalhar na polícia do Rio de Janeiro e foi exonerado em 1958, quando passou a se dedicar à literatura. A primeira obra foi o livro de contos Os Prisioneiros, em 1963 e nos anos seguintes, A Coleira do Cão, em 1965 e Lúcia Mc Cartner, em 1967. Dez anos depois, lançava o primeiro romance, o Caso Morel.

 

Uma das obras de maior destaque do escritor, o livro de contos Feliz Ano Novo, lançado em 1975, que relatava conflitos de classes e situações de sexo e violência. Pelo teor e temas abordados, foi recolhido pela censura no ano seguinte, e a liberação só aconteceu em 1989, após uma batalha judicial sob a acusação de que a publicação era contrária à moral e aos bons costumes.

 

Essa não foi a única vez que precisou enfrentar a censura. O seu conto O Cobrador, vencedor do Prêmio Status de Literatura Brasileira 1978, também foi proibido.

 

Na literatura de Fonseca, tem lugar especial o romance Agosto, de 1990, que trata das tramas políticas que culminaram com o suicídio do presidente Getúlio Vargas e virou minissérie na televisão.

 

Pelo conjunto da obra, em 2003, recebeu o Prêmio Camões, o mais prestigiado prêmio  literário para a língua portuguesa  e em 2015 o Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras.

 

Não há informações sobre sepultamento e velório, mas devido às medidas de distanciamento social para evitar a propagação do coronavírus à cerimônia de despedida deverá ser reservada à família e amigos próximos.

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