Responsável por 27,7% da indústria local, o setor da construção civil em Goiás pode ter menos mão de obra qualificada caso o governo federal efetue os cortes previstos no Sistema S – conjunto de entidades, como SESI e SENAI, que ofertam educação profissional e serviços de ponta a trabalhadores de diversas categorias. A avaliação é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção do estado (Sinduscon-GO), Renato de Souza.
Segundo ele, o segmento ainda sofre com a crise econômica e precisa de investimentos para gerar empregos. “Para esse momento (de instabilidade na economia), nós precisamos de formação. Para isso, o Brasil tem o Sistema S, que é uma importante ferramenta de preparação da mão de obra e os cortes podem afetar diretamente nisso”, alerta.
De janeiro a maio deste ano, a construção civil goiana contratou 20.288 trabalhadores com carteira assinada, enquanto demitiu 18.456, segundo dados do IBGE, relativos ao primeiro trimestre deste ano. Isso representa um saldo de 1.832 postos de trabalho abertos, mas uma desaceleração na criação de vagas na comparação com o mesmo período do ano anterior. De janeiro a maio de 2018, esse número era 29% maior (2.580).
Foi justamente pelo receio de ficar desempregado que Vinicius Araújo Certin, hoje com 18 anos, aproveitou a oportunidade e se qualificou no SENAI de Itumbiara. Em 2014, o jovem estudava em escola pública e recebeu de uma empresa, por conta das boas notas, a chance de fazer o curso de mecânica.
Ao terminar o curso, três anos depois, Vinicius foi contratado por uma empresa de mecânica da cidade. Atualmente, cursa engenharia elétrica em universidade federal e trabalha em uma multinacional.
“Sem a bagagem que o SENAI me ofereceu, eu não poderia ter alcançado esse resultado. Eu sou muito grato ao Sistema S, ao SENAI principalmente, por ter me aberto portas a coisas com as quais eu sonhava e pude alcançar”, conta.
Os serviços prestados por SESI e SENAI em Goiás também têm recebido elogios de parlamentares no Congresso Nacional. Para o deputado federal João Campos (PRB-GO), os cursos oferecidos pelas instituições são importantes por gerar emprego e renda no estado, além de mão de obra qualificada para as empresas.
“Acho que essa é a função mais relevante do Sistema S: investir na capacitação, na qualificação, no preparo do cidadão para o mercado de trabalho, mas também para que aquele que já está no mercado de trabalho possa se qualificar para outras atividades dentro daquela que já opera”, avaliou Campos.
O também deputado federal Zacharias Calil (DEM-GO) ressalta que a inovação promovida pelos cursos do SENAI representam o futuro do país, que cada vez mais precisa acompanhar os avanços tecnológicos no mercado de trabalho.
“Isso é muito importante para que o jovem possa participar do nosso país, de uma maneira que ele não procure o emprego, mas que possa se qualificar para ser um profissional de alto nível e ser introduzido no mercado de trabalho, na inovação”, pondera Calil.
O SENAI Goiás tem oito unidades fixas integradas ao SESI, além de outras sete unidades móveis que se deslocam pelo estado. Mais de 180 mil pessoas se matriculam anualmente nos cursos oferecidos pela instituição. São ofertados 450 tipos de cursos e programas em 20 áreas ocupacionais. Para mais informações, acesse senaigo.com.br ou ligue 4002-6213 (Goiânia)/ 0800 642 1313 (demais localidades).