Mais da metade dos setores da indústria brasileira precisa adotar estratégias para utilização de tecnologias digitais. Das 24 categorias, 14 precisam se modernizar. A avaliação é do estudo “Oportunidades para Indústria 4.0: aspectos da demanda e oferta no Brasil”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O cenário apresentado pela pesquisa aponta para a necessidade de modernização dos sistemas de regulação no Brasil.
O assunto foi debatido por líderes empresariais, acadêmicos e autoridades, durante 8º Congresso Brasileiro de Inovação Industrial, realizado em São Paulo, na última semana.
“O ambiente regulatório do Brasil é muito ruim. A gente não consegue inovar, não consegue ter startup, não consegue ter nada”, afirmou o deputado federal Vinícius Poit (NOVO-SP), que participou do evento.
Na avaliação do parlamentar, a digitalização da indústria é um movimento fundamental para gerar emprego e renda. Isso porque, além da exigência de equipamentos e softwares atualizados, haverá demanda de mão de obra qualificada para atender o campo empresarial.
“Esse tipo de discussão remete ao futuro. Gera inovação, emprego, perspectiva, expectativa, investimento e evolução da sociedade como um todo”, completou Poit.
A produção de mão de obra qualificada também é uma das preocupações do deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), outro representante do Parlamento presente no congresso.
“A educação digital precisa ser uma prioridade. Nós estamos no século XXI, no século digital. Precisamos fortalecer competências e habilidades dos nossos alunos. Então, isso é um desafio de todos os setores, inclusive das universidades, que precisam adequar e atualizar os seus cursos em função da economia digital”, declarou.
Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a inovação tem “papel central” na restruturação da economia brasileira. Durante o congresso, Braga de Andrade pediu política de longo prazo para dar segurança aos investimentos.
O presidente da confederação elencou algumas medidas que podem ser fundamentais para modernizar o sistema industrial brasileiro. Entre as principais ações, estão a diminuição da burocracia, a garantia de recursos para o financiamento de projetos, a priorização de políticas públicas de inovação e a qualificação de profissionais especializados e preparados para as tendências tecnológicas e demandas do mercado.
Além disso, uma pesquisa da CNI apontou ainda que na percepção de um terço dos empresários, a indústria nacional precisa dar um grande salto de inovação nos próximos cinco anos, para, assim, garantir a sustentabilidade dos negócios. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Brasil aplica 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento. Por isso, a expectativa é que esse investimento cresça nos próximos anos.
O Congresso Brasileiro de Inovação Industrial ainda contou com a presença da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, assim como o governador de São Paulo, João Dória, e o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Julio Semeghini. Além deles, mais de 50 especialistas e empresários brasileiros e internacionais debateram o futuro da indústria no contexto da quarta revolução industrial. Durante o evento, que aconteceu na São Paulo Expo, 15 empresas de sete estados foram premiadas por seus esforços em inovação.
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